Rildo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Manteiga Derretida




Quando criança, eu tinha um apelido que odiava. Quando passava e gritavam as duas palavras, era como sofrer uma ofensa sem tamanho, então, aí eu começava a chorar muito, saía correndo até chegar em casa e continuar chorando de raiva e tristeza.
Com o tempo, as pirraças foram enfraquecendo e se acabaram, acredito que foi uma fase de transição de faixa etária, quando eu e meus colegas entramos no mundo da adolescência. E desde então não passeI mais por aquelas brincadeiras e pirraças que doía na alma. Hoje, considerando um pouco de minha personalidade e comportamento, entendo que a apelido tinha tudo a ver comigo, talvez não sei, seja porque tenho a sensibilidade emocional muito forte, pode até parecer fraqueza e falta de coragem... mas sou assim.
Sinto quando choro ou me emociono, que deixo transbordar através de emoções o verdadeiro sentido de ser “verdadeiro”, natural e acima de tudo sensível com o que vivo e vejo ao meu redor. Apesar de muitos serem durões, corajosos, insensíveis, estúpidos e até rirem de minhas lágrimas, vejo o mundo humano e fraterno para todos.
Oh Manteiga Derretida! Minha nossa! Por que eles me chamam assim, se lá em casa nem manteiga tinha para passar no pão? Como já disse, hoje mais do que nunca entendo o motivo, e ainda me sinto realmente como uma manteiga derretida, mas depois de derretidos, Eu e Manteiga podemos nos tornar sólidos novamente, e ser ingredientes saborosos nos alimentos da vida humana.

Rildo Rios
 Rildo Rios

Nenhum comentário: