Rildo

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Minha velha e nova partida

No dia 07 de abril de 1994, partiria eu cheio de sonhos, para a cidade de Américo Brasiliense no Estado de São Paulo. Lá já se encontravam alguns amigos e colegas concluintes da turma do 3º ano magistério do ano de 1993.
Naquele tempo, muitos da turma já conseguiram emprego na prefeitura, usando é claro o critério da força do voto e da conveniência, fato! Mas vejo isso hoje com normalidade, afinal essa prática sempre vai existir.
Foram 6 anos morando fora, outros amigos, outros lugares outros sonhos... mas a minha terra não saia do meu sonho maior – eu queria voltar-, e voltei no ano de 2000 com muita vontade de fazer alguma coisa por mim e por minha terra natal, e em especial voltar a tocar na nossa querida e infinita Lira 6 de Agosto e viver na cidade com minha família e amigos, até então vivo, mas sem muita esperança, novamente parece que preciso de uma nova partida, se voltarei só Deus sabe.
Ainda sou preso por conta de meus pais que estão velhos e doentes, e que precisa mais do que nunca de minha ajuda. Sinto que estou sendo egoísta, mas é preciso, afinal o filho do filho deles precisa também de mim e voltarei sempre para acompanhar e ajudar na medida do possível. Quanto a Filarmônica, hoje tem pessoas talvez melhores do que eu para cuidar e preservar a sua história.

A vida é assim, cheia de idas e vindas. E nessa perspectiva é que caminho para ir e depois quem sabe para voltar, pois o tempo dará resposta a tudo, e alguns de meus sonhos podem ter sido destruídos, entretanto tenho novos sonhos para sonhar e nova vida para acreditar. E eu vou ter sempre a esperança que o meu lugar é onde eu quiser, mas o meu verdadeiro torrão natal um dia eu irei retornar.

Rildo Rios

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Manteiga Derretida




Quando criança, eu tinha um apelido que odiava. Quando passava e gritavam as duas palavras, era como sofrer uma ofensa sem tamanho, então, aí eu começava a chorar muito, saía correndo até chegar em casa e continuar chorando de raiva e tristeza.
Com o tempo, as pirraças foram enfraquecendo e se acabaram, acredito que foi uma fase de transição de faixa etária, quando eu e meus colegas entramos no mundo da adolescência. E desde então não passeI mais por aquelas brincadeiras e pirraças que doía na alma. Hoje, considerando um pouco de minha personalidade e comportamento, entendo que a apelido tinha tudo a ver comigo, talvez não sei, seja porque tenho a sensibilidade emocional muito forte, pode até parecer fraqueza e falta de coragem... mas sou assim.
Sinto quando choro ou me emociono, que deixo transbordar através de emoções o verdadeiro sentido de ser “verdadeiro”, natural e acima de tudo sensível com o que vivo e vejo ao meu redor. Apesar de muitos serem durões, corajosos, insensíveis, estúpidos e até rirem de minhas lágrimas, vejo o mundo humano e fraterno para todos.
Oh Manteiga Derretida! Minha nossa! Por que eles me chamam assim, se lá em casa nem manteiga tinha para passar no pão? Como já disse, hoje mais do que nunca entendo o motivo, e ainda me sinto realmente como uma manteiga derretida, mas depois de derretidos, Eu e Manteiga podemos nos tornar sólidos novamente, e ser ingredientes saborosos nos alimentos da vida humana.

Rildo Rios
 Rildo Rios