Rildo

sábado, 31 de março de 2018

Um outro testamento de Judas


Sou Judas Iscariotes
O traidor do divino
Por moedas de valor
Fiz igual ao menino
Queria era enricar
Porém o meu penar
Já era o meu destino

Se traí o salvador
E o levei a morte
Pior é trair o povo
E roubar o seu Norte
Mas o povo coitado
Sofre, e chora calado
Pois tirei a sua sorte

Vou deixar para a cidade
Promessa, choro e gemido
Para os meus seguidores
Deixo o meu pão perdido
E para o resto sofredor
Deixo ódio e todo terror
De quem caminha comigo

A minha marreta biônica
Deixo pra eu mesmo marretar
Bato na cabeça de gente
Derrubo tudo nesse lugar
E quem achar ela dura
Chamo aquele de cultura
Para ajudar a segurar

E a minha onda azul
Eu também preciso dela
Para afogar os professores
Com a água até a goela
Ela tem piranha e tubarão
E muita coisa do cão
E uma girafa banguela

O juiz que eu prometi
Pra justiça não ficar só
Já que o fórum está fechado
Deixo um juiz de futebol
O promotor que era bom
Deixo um que vende avon
Pra que coisa mais melhor?

O delegado eu já tenho
Mas Ele vai demorar
Minha promessa era falsa
Quem mandou acreditar?
Eu queria era o dim dim
Todinho e só para mim
Minhas contar quero pagar

As fábricas que vinham do Sul
E que vocês acreditaram
Não sejam todos babacas
Pois elas nunca chegaram
Deixo para vocês morar
Uma mansão a beira mar
Que vocês financiaram

Vou deixar meus carros velhos
Para vocês passear na praia
Pois só ando em carro alugado
E gosto mesmo é de gandaia
O que eu falo é sem valor
Sou um homem enganador
Compro calça, paletó e saia

Não gosto de pagar o que devo
Tenho gente assim do meu lado
Veaco, criminoso e carrasco
Enche até caminhão de gado
Tem até secretário do cão
E que tem fome de leão
Tem Doutor e assistente letrado

Eu tenho meus soldados
Para exterminar o inimigo
Mando brigar e até prender
Oprimo, persigo e castigo
Ainda tem os puxa sacos
Que segura até os tacos
Pra me livrar do perigo

Eu tenho uns conselheiros
Que me manda humilhar,
Trabalhadores da empresa
Que em mim não quis votar
Persigo e furto seu salário
Quem manda ser otário
E em mim acreditar?

Eu vou deixar para vocês
Minha promessa perdida
Pois já tenho o que queria
Tudo e tudo nessa vida
E é na próxima eleição
Minto de novo de montão
Pois não chegou a despedida

Eu devo a muita gente
Não nego, não pago também
Na época da campanha
Vocês me deram um vintém
Sou Veaco mesmo eu assumo
Só vou tomar meu rumo
Depois do ano que vem

Vou fingir que vou embora
Ofuscar a morte meu fim
Engano vocês de novo
Pois são doidos por mim
Eu não quero saber de nada
Gente tola encabrestada
Que acreditaram em mim

Vou fazer de conta outra vez
Que respeito esse povo do bem
Mas eu cuido é só dos meus
Os outros não me convém
Até um dia aí qualquer
Eu compro quem eu quiser
E ganho o jogo ano que vem

Agora me deem licença
Vou ali planejar o mal
Convidei meus comparsas
Que tem QI sensacional
Vamos comprar mais marreta
E uma onda bem porreta
Vai ser destruição total

Se não gostaram de mim
E desse meu testamento
Eu não estou é nem aí
Eu quero é vosso tormento
E para essa cidade de morro
Eu quero é pedir socorro
Montado no meu jumento

O meu fim vai chegar
Isso eu sei e acredito
Mas enquanto eu mandar
Eu levo o povo no grito
Faço de conta calado
Não pago a conta, coitado
Tenho acordo com o maldito

A Deus sei que não engano
Mas com ele não tenho trato
Fiz pacto com o inimigo
Sou banquete do seu prato
Quero é minha barriga inchada
Junto com minha rataiada
Pra fazer o povo de pato

sexta-feira, 9 de março de 2018

A Semiótica de uma triste Ferramenta


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Fonte: http://palomaviricio.blogspot.com.br/l

A marreta biônica até então está cumprindo seu significado destruidor criado na mente dos marreteiros

Fazendo uma análise semiótica da marreta biônica que por enquanto só destrói a cidade de Pé de Serra, e que vai além da estupidez administrativa, a eleição que deu a vitória ao Democratas, deixou até mesmo quem tinha esperança desiludido, pois como já dito antes a escolha da marreta como um símbolo de uma campanha política, foi imperceptível aos olhos dos displicentes e algo que merece um exercício do que a ferramenta pode representar.
A semiótica provém da raiz grega ‘semeion’, que denota signo. Assim, desta mesma fonte, temos ‘semeiotiké’, ‘a arte dos sinais’. Ela mostra como cada indivíduo dá significado as coisas e objetos que lhe cercam, mitiga a representação verbal do termo e amplia a observação para os signos através de um sistema que envolve outras áreas do conhecimento, como as artes, as religiões, gestos e comportamentos humanos.
Voltando à “marreta biônica”, os significados nela enrustidos e disfarçados, conseguiram enganar os inocentes e decepcionar os esperançosos que sonhavam com dias melhores. Infelizmente, até agora muitos sofrem, outros idealizadores da marreta do mal, fingem demência e descarregam suas forças de vingança com o significado brutal e destruidor que a ferramenta pode representar.
É interessante lembrar que ao longo de sua campanha, o prefeito empossado foi sempre muito enfático sobre como pretendia governar: diálogo com todos os segmentos seria a marca. Em relação ao diálogo prometido, até o momento nada de prática. Retornando mais um pouco ao conceito da semiótica, veremos que pode se dividir em signo, e subdividir em significante e significado. A palavra marreta seria o “signo” é o átomo da linguagem, e que tem a uma subdivisão o significante que é o elemento material e perceptível através de sua escrita corretamente ou imagem mental. O significado seria uma ferramenta pesada construída de ferro e madeira ou ferro e ferro (no nosso caso a marreta ferrou com todo mundo), e que se utiliza para quebrar, destruir, derrubar, esmagar coisas falsamente menores, como está ocorrendo com nosso povo e com nossa cidade.
Segundo Saussure (filósofo suíço), os signos inerentes ao mundo da representação, são constituídos por um significante, sua parte material, e pelo significado, sua esfera conceitual mental. E foi justamente no significado que os marrentos e marreteiros do mal, se basearam para colocar seus planos de destruição em atividade, é através desse conceito perverso e torturador que esses algozes estúpidos, juntamente com o “mentor vil” da marreta biônica estão destruindo os sonhos de gente do bem  que merecem respeito e dignidade pela pessoa humana.

Por Rildo Rios