Foto: Pedro Oliveira
Sem uso desde quando chegaram ao município, em novembro de
2012, as ambulâncias do SAMU, que deveriam estar sendo utilizadas nos casos de
urgência e emergência, salvando vidas, encontram-se abandonadas no pátio do
almoxarifado da prefeitura de Riachão do Jacuípe, sendo degradadas pela ação do
tempo e para que ninguém veja nada da pista, são colocados maquinas e carros
velhos e em uso na frente das ambulâncias. Conforme o vereador Sérgio Roberto –
Celinho (PHS) há comentários na cidade, que os veículos deverão ser devolvidos
ao Ministério da Saúde, por conta da sua não utilização. O assunto já foi pauta
de discussão em várias sessões da Câmara.
O vereador ressaltou que recentemente, o presidente da Casa
da Cidadania, Marquinhos (PP), convocou o enfermeiro Julio Leão, coordenador do
SAMU no município, para que ele explicasse o motivo do não funcionamento das
ambulâncias e a justificativa é que os municípios consorciados: Nova Fátima,
Capela do Alto Alegre, Pé de Serra, Ichu e Candeal, não aceitam contribuir para
com a base da unidade em Riachão do Jacuípe e por conta desse impasse a
prefeitura de Riachão irá solicitar ao Ministério Público uma ação obrigando
aos municípios consorciados a firmar um termo de compromisso, comprometendo-se
a contribuir para o funcionamento do sistema na região. Ao aderir ao consórcio,
o município é obrigado a desembolsar mensalmente cerca de R$ 8 mil, para manter
a UPA, o que os gestores não concordam, conforme relatou um prefeito.
“Enquanto a saúde é
um caos e continua de mal a pior, depois do recente São João, realizado no mês
de junho no município, festa que custou aos cofres da prefeitura de Riachão do
Jacuípe, R$ 1,3 milhão, já estão falando dos festejos juninos de 2014. Gasta-se
tanto com festa no município, por que
não investir na maior carência que é a saúde para o cidadão jacuipense? Esse
tem sido também, o nosso grande questionamento na Câmara, junto ao Poder
Executivo”, diz Celinho.
O vereador informou também, que no governo anterior, o
Ministério da Saúde fez uma avaliação colocando a saúde de Riachão do Jacuípe,
como a 24ª da Bahia e a terceira melhor da região sisaleira. “Hoje,
infelizmente o setor está regredindo. O Hospital Municipal não consegue atender
à demanda. Na verdade estamos em maus lençóis em relação à saúde no município”
conclui o vereador Sérgio Roberto - Celinho. Também endossaram as palavras de
Celinho, os vereadores Beto de Eny (PHS) e Ninho Moto Boy (PRB).
A verdade é que em muitas regiões do país as ambulâncias do
SAMU não são suficientes para atendimento dos pacientes e em outras estão
relegadas ao abandono. No município de Riachão do Jacuípe, região sisaleira, as
duas ambulâncias recebidas em 2012, continuam sem utilidade, no galpão da
prefeitura onde um morador da cidade, utilizando um telefone celular fotografou
os veículos de vários ângulos e procurou a reportagem do Portal de Noticias,
Diário do Sisal e da Tribuna da Bahia, para denunciar o fato como forma de
chamar a atenção das autoridades sobre o descaso por parte do governo municipal
em relação aos veículos.
Festa milionária, mas a saúde esquecida
Conforme populares em sete meses de mandato a prefeita Tânia
Matos, realizou um grandioso São João, com atrações renomadas, a exemplo dos
cantores: Leonardo, Adelmário Coelho, Chambinho do Acordeon e as bandas Mastruz
com Leite, Caviar com Rapadura, Limão com Mel, entre outras, com custo da ordem
de R$ 1,3 milhão e até agora não deu a menor importância para a saúde, já que
as ambulâncias do SAMU que deveriam estar servindo à população permanecem
paradas.
A Controladoria Geral da União anunciou que vai investigar o
uso das ambulâncias do SAMU, serviço que atende a todos os municípios de cinco
estados e do Distrito Federal. O governo
federal admite falhas no programa e que é necessário aumentar a fiscalização.
Auditores vão checar a distribuição de ambulâncias e por conta disso o
Ministério da Saúde diz que o número de ambulâncias paradas caiu: eram 1.200 há
dois anos, hoje 160 não estão funcionando. Os governos municipais recebem as
ambulâncias prontas para uso, mas têm que providenciar o concerto quando há problema.
“Nós todos precisamos melhorar a gestão do SAMU. Não há justificativas para que
ambulâncias fiquem paradas por falta de equipamento” diz fonte do MS.
Segundo o órgão federal são quase 3 mil ambulâncias em 2.538
municípios, mas só cinco estados e o Distrito Federal, têm 100% de cobertura. O
governo federal repassa para os municípios metade dos recursos necessários para
pagar salários das equipes e manutenção das ambulâncias. O restante tem que ser
pela prefeitura ou pelo estado. Em 2011 o Ministério da Saúde, distribuiu R$
432 milhões para ajudar nos custos. O valor subiu para R$ 531 milhões em 2012.
Este ano, até o mês de julho, foram R$ 178 milhões. A controladoria da União
vai fiscalizar o programa e auditores vão visitar municípios para saber se as
ambulâncias atendem às necessidades da população.Informações do IG
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