Rildo

domingo, 13 de outubro de 2019

O tempo e o menino.

Gosto de falar sobre o tempo: as rugas em faces  cansadas, as histórias que passam sem parar, os momentos não vividos e os sonhos perdidos... no tempo.
Lembro do tempo de menino e assisto um filme em silêncio. Vejo cenas de solidão que invadia o meu destino, ouço uma trilha sonora desafinada como um instrumento sem encanto no canto. O tempo vai apagando os passos que dei na vida sofrida, mas aguerrida - foram passos de menino perdido com fome de viver.
No tempo em que fui menino Eu caminhava a procura do desconhecido, meus pais viviam para nos dar o pão, e a gente comia as vezes a noite e de vez em quando de dia, pois no meu tempo de menino nada da vida se esperava, até mesmo a esperança era vaga e só chegava a noite, nos sonhos.
No meu tempo de menino eu ia para a escola, não entendia quase nada, mas cultivava em silêncio um futuro improvável e, seguia o instinto humano, de um menino que queria viver rumo ao mundo desconhecido. E esse menino nada descobriu, pois esperava um mundo melhor, mas as desilusões  e as injustiças o fizeram parar no tempo... ao relento. Então o menino virou um quase homem, como muitos... sofreu, sorriu, chorou, caminhou, caiu e se levantou e,mesmo machucado mancando e se arrastando, parece que não chegou a lugar nenhum. O tempo apagou o seu destino.
O menino foi vítima do mundo injusto e, quando cresceu nem ao menos a sua vida entendeu, ainda sou pequeno para entender os ponteiros do relógio, tenho medo do que deixei de fazer no minuto que passou, não tenho aquela esperança de um mundo melhor, pois ao que parece o tempo leva tudo... o amor, a dor, as alegrias, as tristezas; ele só não levou ainda um novo dia que há de ser um novo tempo, um amanhã que poderá não chegar para o menino - homem. Perdido.

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