Rildo

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Rildo, pelo mundo


Foto em frente a minha casa em Américo Brasiliense

No dia 07 de abril de 1994, ainda trabalhando na farmácia, depois de ter concluído o Magistério, com a vontade de dias melhores, decidi viajar para a cidade de Américo Brasiliense no estado de São Paulo. Fui com alguns amigos, em um ônibus de lotação, mais de três dias de viagem, foi uma experiência que me ensinou coisas desta breve vida. 

Quando resolvi viajar, foi estranho para meus pais, afinal tinha um trabalho que dava pra me manter, porém era preciso seguir minha vontade e, assim fiz. No caminho a comida era farofa e água para desentalar, afinal os tempos eram ainda difíceis, mas sobrevivi. Chegamos  na cidade de Américo pela madrugada, muito frio neste ano, foi muito estranho, pois saí do sertão quente e seco, para um lugar frio e cheio de verde, era desafiador, mas também encantador.

Fomos morar em barracos, com banheiro coletivo, ali, moravam dezenas de nordestinos e baianos que sonhavam com dias melhores - lembrei no Livro o Cortiço de Aluísio de Azevedo que tinha lido quando estudante. Quando resolvi viajar, já tinha amigos trabalhando em uma empresa de abate de frangos da cidade, estes amigos através da musica conseguiram emprego; foi por conta da Banda de Música da Cidade, que eles comçaram a tocar, já que tinham aprendido a iniciação musical com meu Pai Toinho Funga - A música une pessoas.

Também entrei na banda, afinal a música nunca me abandona, como já tocava, fui bem recebido e respeitado por todos e toodas. Sempre lembro de um fato triste pra mim, pois em um muro da cidade, tinha a pixação: "Lixo na didade: Baianos", pode-se ver o preconceito que sofremos nesne mundo e, depois entendi que a tal frase era por conta da alta quantidade de nordestinos na cidade, tristeza.

Mas fui superando, demorei um pouco para trabalhar, inicialmente, colhi laranjas em fazendas, depois fui trabalhar no abatedouro de frangos, ainda como terceirizado, no controle de pragas  e insetos, na área externa da fábrica, era preciso aparecer a vaga para mudar de trabalho.

E, no mês de julho de 1994, fui contratado pela Empresa, para trabalhar no setor de resoriamento de frangos, conheci muitas pessoas, fiz amigos e fui morar em um lugar melhor. Saia com amigos, pra festas, era uma vida dura, as roupas guardadas em caixas de papelão, a gente que cozinhava e lavava tudo, vida de rapaz solteiro em um lugar, entendi que percisava de alguém, foi quando conheci minha primeira esposa, que convivi por uns cinco anos, mas a vida nos separou em 2001, faz parte de cada um, a gente não controla tudo, tem coisas que nem se explica, sempre desejei felicidade pra Ela.

Foram quase 5 anos trabalhando na referida empresa, só vim a saí quando a mesma encerrou suas atividades, depois disso saia de bicicleta em Araraquara e região procurando novo emprego, e nestas andanças consegui entrar no ramo de montagem industrial, fui trabalhar em outra cidade, e depois trabalhes em usina de cana de acúcar no setor de fabricação de álcool, muitas histórias.

Em 2000, fui aprovado no concurso do IBGE, para trabalhar no Censo, estava em viagem, e me ligaram para tomar posse da vaga, fiquei feliz, afinal era um trabalho em Américo, foram 7 meses, depois voltei a procurar trabalho. No entanto neste ano, era ano de eleição, tinha sempre o sonho de voltar pra Pé de Serra, lembro que viajei para votar na sexta, votei no saudoso HILDEFONSO, e retornei no domingo mesmo, iso tem um valor imensurável.

Fiquei feliz, que Hildefonso ganhou as eleições, enfim Pé de Serra depois de 15 anos mudara o grupo político que iria admiminstrar o município, todos tinam esperança, em janeio de 2001, voltei pra Pé de Serra, aí tem outras histórias...

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Rildo, na vida...


Esta foto é do ano de 1989, tinha cabelo grande.

No ano de 1989, antes de completar 18 anos, vivia um momento muito difícil na minha vida, menino pobre, meu Pai quando começava a beber, desequilibrava ainda mais a vida nesta época. Minha mãe querida, era muito doente, tinha problemas de depressão, agravada pelo alcoolismo do esposo. Então, com 17 anos, parei de estudar, e viajei para Salvador, junto com alguns amigos para poder trabalhar, assim, trabalhei em um comércio de compra de sucatas (ferro, alumínio, cobre etc...). A empresa era no Pelourinho, morava junto com amigos, mais de 10 pessoas, no bairro de San Martin, levantava madrugada, era uma situação muito difícil, quando tinha tomava café puro, com pão e margarina, bem rápido para poder chegar no horário no trabalho, isso sem nenhum registro em carteira, pois era de menor. Foi neste ano que comprei meu primeiro tênis, pois meus pais não podiam me dá.

Foram uns 6 meses nesta luta, depois retornei a Pé de Serra, meu Pai estava bem, minha mãe se tratando, mas não demorei muito tempo, logo em janeiro de 1990, retornei a Salvador, para trabalhar desta vez com carteira assinada, em uma empresa de colchões, localizada no bairro de valéria, onde tive que consegui um lugar para morar, paea ficar mais perto do trabalho. Trabalhei de feveveiro a setembro de 1990 e, mais uma vez, retornei a nossa Pé de Serra, para poder estudar. Fiz o ensino médio, magistério, de 1991 a 1993, me formando professor, já que não tinha outras opções.

Neste período, trabalhei na Farmácia de Pedro Roco, fiquei feliz quando fui convidado, afinal, sem pedir, lembraram de mim, Dona Lili, uma mulher de Deus, me ajudou muito neste período. Mesmo trabalhando na farmácia, viajava pra tocar com a Filarmônica, assim ajudava no orçamento de casa. Neste período também, fiz um curso de Eletricidade e Refrigeração por correspondência, para podeer aprender a consertar geladeiras, já que em Pé de Serra, ainda não tinha um mecânico, fiz o curso, e aprendi fazendo a arte de refrigeração, agradeço a Deus.

Acho que escrevo pra mim mesmo, contando um pouco de minha caminhada, refletindo sempre de tudo que passei e dos erros cometidos, para entender sobre minha utilidade neste mundo, que às vezes é inundado de maldade por gente forasteira e insana.

Vou escrevendo aos poucos, depois da minha morte, que pode ser a qualquer momento, quem sabe minha vida sirva como um pequeno exemplo, sei que sou quase nada, mas também sofri para chegar até aqui.


Até um dia, quem sabe...


quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Rildo por ele mesmo


Eu nasci no dia 28 de setembro de 1971, era uma segunda-feira, na estação das flores (primavera) e, neste data se comemora o Dia Internacional do Acesso Universal à Informação, neste ano o Brasil estava vivendo a ditadura militar. Sou do signo de libra, que tem a balança como símbolo, me formei em direito que também tem uma balança como um de suas representações, coisas da vida...

Hoje com 53 anos de idade, reflito muito do que já passei, de onde vim, a família que me deu a vida, alimento e a formação - então paro e penso: Como cheguei até aqui? todas as dificuldades que vivi, ao que sinto, me fortaleceu para sempre seguir. Também, me questiono, em quem me transformei nestes anos de vida, sempre tentando olhar os meus erros e buscando acertar, se por ventura as mesmas situações vier a passar. Então, olho para o passado, para entender meu presente, lembro de muitas coisas que sofri, às vezes até mesmo uma comida digna faltava a mim e a minha família, não porque meus pais não queriam, era as dificuldades dos tempos e as condições sociais desta época difícil, mas que me ensinou a viver.

Lembro que quando criança de 10 até uns 13 anos saia pelas ruas de Pé de Serra catando ferro velho, vidros e até ossos de animais mortos para vender e conseguir ajudar meus pais a comprar o que comer. Saia para o rio sacraiu e outras aguadas para pescar alguns peixes e poder me alimentar, precisava sobreviver. Lembro também que já quebrei pedra nas pedreiras com uns 15 anos para poder comprar alguma roupa já que me tornara rapaz e meu pais não podiam comprar o suficiente. Meu pai consertava bicicletas, o ajudava e aprendi um pouco o ofício. Minha primeira bicicleta foi montada de peças velhas da sucata da oficina, mas tudo era feito com força e vontade de conseguri as coisas de maneira digna e certa.

Com 16 anos eu me apaixonei por uma menina rica, que me esnobava muito, mas que era impossível para mim, afinal ela era filha de gente importante e eu filho de família pobre, não tinha quase nada, mas tinha a esperança em dias melhores. Estudava muito, via meu pai Toinho Funga sempre com livros, escrevendo ou tocando um instrumento, ao vê-lo com livros percebi a importância do conhecimento em nossa vidas.

Bom, até aqui mesmo com meus erros, me tornei uma pessoa melhor, não posso nem falar quem sou, apenas deixar as pessoas de bem olharem os caminhos que faço, e em breve voltarei a falar quem sou e quem serei, mesmo com ameaças  que sofro de gente forasteira, imunda e vomitativa. 

Até breve ...