Rildo

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Apenas sangramos...


Sangra - se em silêncio...
Joelhos dobrados, cansados;
Palavras perdidas, ditas?
Não, mal ditas.
Malditas!
Promessas vil,
O homem mentiu,
e se saiu,
E o vento
O carregou pra longe,
Bem longe...
Dos sonhos do bem.
O novo é o velho,
O velho é o novo?
Não se sabe...
Se as preces clamadas,
São ouvidas na noite,
E o dia que traz a vida,
as vezes, sem saída.
Ajoelha- se ao pé do trono,
Dos reis e deuses vãos...
se nutrem da flor da terra
depois pisam e se vão,
A paz, que acalma a alma,
Da gente que tem fé,
É tirada a força de dores,
Faz da vida bela,
Horrores.
E o silêncio aperta o peito...
que dói daquele jeito,
De um lamento,
Perfeito.

47 anos de vida, dores e amores.

Quando criança na data de meu aniversário, considerando que era de uma família muito pobre de uma cidade do sertão nordestino, nunca pude ter uma festa. Era uma coisa utópica, mesmo que na época nem sabia o que era utopia. 
Assim como Eu, meus amigos de infância também não podiam ter festas e nem comemorações, mas nem por isso a gente deixava de pensar na data como algo importante, pois isto era disseminado pela vida social. Minha primeira comemoração, foi no ano de 1999 quando trabalhei no Censo do IBGE, lá fiquei surpreso e com vergonha, pois era algo longe de minha realidade. 
Meus colegas de trabalho prepararam uma surpresa para meus 28 anos, achei estranho mas foi gratificante, nós seres humanos temos esse lado de vaidade e no meu caso muita emoção. Hoje para mim, tanto faz. Se tiver surpresa beleza! Se não a vida que segue... e se tudo ocorrer com o fluxo natural esperado comemorarei sozinho ou com colegas mais um dia de um novo ano de vida que poderá se completar ou não nessa incerteza que é a grande labuta do nosso viver. 4.7 de lutas, dores e amores. 

Rildo Rios

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Voto Livre: Uma utopia em nossa política.

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Imagem Google.
Comecemos esse texto com o enunciado da nossa Carta Magna, em seu Art.14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei [...]. Pois bem, qual o valor do voto do cidadão? E qual o preço a se pagar pelo valor recebido? E quem ensinou ao povo a vender seu voto, tornando com isso um círculo vicioso e preocupante para nossa sociedade?
Quem compra o voto alimenta o sistema político perverso, e quem vende se nutre e se contamina com as migalhas assassinas  que poder se utiliza para dominar a sociedade. A venda e a compra do voto é um precipício na construção da liberdade, e uma barreira grande para quem não entra nesse jogo de compra e vende e vende e compra, no final o povo é quem paga a conta dessa engrenagem avassaladora.
O sistema político plantado  em nossa terra se tornou uma erva daninha, sem controle e sem perspectiva de mudança de rumo, a cada hora, dia, semana meses e anos essa estrutura cria mais raízes e enfestam a nossa sociedade. É uma ideia de quem pode comprar mais, pode fazer mais, e as ideias e a vontade de se fazer diferente fica à beira do caminho, vendo a onda de cifrões levar nossa esperança.
Quantos votos livres devem existir nessa prisão que se tornou a política em nossa Nação? Difícil de se calcular, pois nas entranhas do poder o dinheiro é quem fala e traça o destino de nossa gente, gente essa que foi treinada para vender seus sonhos, e alimentar o campo minado dos poderosos que compram o futuro do País.
Quem não quer ou não pode comprar o pseudo "voto livre" da gente, não vai poder fazer nada para alterar o fluxo doentio que move a nossa pobre e podre política, é um estado de desesperança de tristeza enrustida na alma de quem almeja dias melhores. O que resta aos compradores é a carência dos miseráveis e imutáveis seres do bem que foram transformados em zumbis de eleições. E para esses pobres vendedores de sonhos, ainda resta muitos votos para serem vendidos e trocados por migalhas dos homens do poder dominantes, que depois da compra se lambuza com a fartura colhida em suas terras produtoras de frutos venenosos para nossa sociedade doente.

Rildo Rios é professor estudante de Direito e um cara que a cada dia se desespera com os rumos da nossa política.

domingo, 16 de setembro de 2018

Política e os pequenos construtores do bem


A política bem planejada e com intenções de fazer o bem, é um instrumento de transformação humana. Entretanto, a política sem nexo com os anseios da sociedade, é um instrumento de destruição dos planos e dos sonhos de um mundo mais equilibrado.
Para Montesquieu a vida política de um país não é determinada por uma qualquer fatalidade, já que os homens são livres e “enquanto seres inteligentes violam constantemente as leis que Deus estabeleceu, modificando também as que eles próprios criaram”. Vale frisar essa definição de “homens livres”, já que a liberdade plena não é possível, considerando que temos as LEIS para frear as vontades humanas e resolver conflitos da sociedade. E é nesse raciocínio que o desenvolvimento das relações políticas parece perdurar há muito tempo, vejamos hoje que as escolhas políticas de muitos estão condicionadas as condições de poder econômico, tornando em muitos casos homens e mulheres escravizados pelos detentores do domínio político sobre os indivíduos.
Entretanto, mesmo com alguns desequilíbrios diante de vários fatos históricos da humanidade, a Política pode ser uma ferramenta de construção do desenvolvimento social e humano das pessoas que almejam compartilhar suas ideias de transformação, através da prática e ações que contribuem para uma vida menos desigual no mundo. Pensando assim, é que a visão do grande filósofo Platão quando escreveu: “ o castigo dos bons que não fazem política, é ser governado pelos maus”, nos leva a refletir o que fazer através da boa política para contribuir com nossa interação nesse grande desafio que é lutar junto com muitos que enxergam a política com o pensamento de fazer o bem.
Há uma grande batalha desigual de gente sem poder econômico adentrar no mundo da política, visto que, os mais fortes sempre oprimem, escravizam e humilham os pequenos construtores em seu território da prática da politica humanizadora e benevolente. Presenciamos hoje um momento em que a política é questionada e criminalizada, pois, ela é sistematicamente confundida com as ações dos políticos profissionais, principalmente, pelos maus políticos, que além de tudo dominam seu território, monopolizando e dominando, formando com isso uma Clã familiar e hereditário, excluindo com isso gente que poderia contribuir e melhor para um meio social mais equilibrado.
Infelizmente, ainda muita gente segue os políticos de poder, são conquistados e enganados sempre pela condição financeira e econômica, pois para muito o dinheiro e a ostentação de vaidades, atraem mais do que pequenos atos de pessoas que fazem muito mais sem ter a riqueza aparente que pode ter vindo do sangue de gente inocente.
Portanto, vamos seguir em frente ... a mudança é lenta, a conscientização dos pequenos iludidos pelos poderosos também caminha a passos de formigas, e vale salientar que mesmo pequenas, as formigas quando se unem constroem e alimentam o formigueiro inteiro, levando sempre adiante o instinto da união, da cooperação e do trabalho livre e constante para manter a vida sempre em movimento do vai e vem pela sobrevivência.

Rildo Rios é professor, graduando de Pedagogia e de Direito. Atua como músico e coordenador do Ponto de Cultura Sons da Vida.