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Comecemos esse texto com o enunciado da nossa Carta Magna, em seu Art.14. A soberania popular será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei [...]. Pois bem, qual o valor do voto do cidadão? E qual o preço a se pagar pelo valor recebido? E quem ensinou ao povo a vender seu voto, tornando com isso um círculo vicioso e preocupante para nossa sociedade?
Quem compra o voto alimenta o sistema político perverso, e quem vende se nutre e se contamina com as migalhas assassinas que poder se utiliza para dominar a sociedade. A venda e a compra do voto é um precipício na construção da liberdade, e uma barreira grande para quem não entra nesse jogo de compra e vende e vende e compra, no final o povo é quem paga a conta dessa engrenagem avassaladora.
O sistema político plantado em nossa terra se tornou uma erva daninha, sem controle e sem perspectiva de mudança de rumo, a cada hora, dia, semana meses e anos essa estrutura cria mais raízes e enfestam a nossa sociedade. É uma ideia de quem pode comprar mais, pode fazer mais, e as ideias e a vontade de se fazer diferente fica à beira do caminho, vendo a onda de cifrões levar nossa esperança.
Quantos votos livres devem existir nessa prisão que se tornou a política em nossa Nação? Difícil de se calcular, pois nas entranhas do poder o dinheiro é quem fala e traça o destino de nossa gente, gente essa que foi treinada para vender seus sonhos, e alimentar o campo minado dos poderosos que compram o futuro do País.
Quem não quer ou não pode comprar o pseudo "voto livre" da gente, não vai poder fazer nada para alterar o fluxo doentio que move a nossa pobre e podre política, é um estado de desesperança de tristeza enrustida na alma de quem almeja dias melhores. O que resta aos compradores é a carência dos miseráveis e imutáveis seres do bem que foram transformados em zumbis de eleições. E para esses pobres vendedores de sonhos, ainda resta muitos votos para serem vendidos e trocados por migalhas dos homens do poder dominantes, que depois da compra se lambuza com a fartura colhida em suas terras produtoras de frutos venenosos para nossa sociedade doente.
Rildo Rios é professor estudante de Direito e um cara que a cada dia se desespera com os rumos da nossa política.
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