Ao envelhecer, e diante de tantas mutações que o tempo propicia a nossa vida, tenho observado o ambiente do convívio social, os gestos de pessoas, o movimento das coisas e a inquietude da natureza humana. Observo que o ambiente através de gestos e comportamentos pode nos dizer a uma verdade muito diferente que as palavras e as intenções desconfiadas mostram no nosso cotidiano.
As vezes é preciso desconfiar de muita coisa – é que tudo poder ser diferente do que parece ser. O tempo tem me ensinado a interpretar os planos por detrás do agrado que nos rodeia, e não me acostumo com os falsos benfeitores, afinal os fatos da vivência em sociedade, nos direciona a ter medo de sorrisos obscuros e abraços forçados. Eu vejo às vezes, o futuro maldoso em um presente calmo e entusiasta – eu desconfio da calmaria do vento. Não vivo no relento.
Por outro lado, um sorriso ao longe ou até uma curtida despercebida pode esconder bons exemplos de civilidade e harmonia. E da mesma forma um olhar bem longe, uma intenção singela e humana pode nos encaminhar para momentos de paz e equilíbrio do viver.
Com o tempo procuro aprender a ser sincero, tento acreditar em algumas intenções suspeitas, mas ao final em muitas das vezes a minha intuição envelhecida desvenda um traçado perigoso para a minha pequena caminhada. Eu escolho caminhar confiando em mim, e em quem transborda simplicidade e hombridade.
Rildo Rios
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