Rildo

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O preço do tempo

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Quanto será o preço do tempo? sinto muito, os ponteiros do relógio não param para a vida. Pode-se comprar voltando ao passado uma ampulheta de areias finas, garimpadas em terras do sol e lavadas pela alma da bondade. Mas não podemos voltar ao tempo, não existe o caminho de regresso e a nave que viaja para lá, perdeu-se no espaço infinito.
Podemos comprar muitas coisas nessa vida: relógios, braços e abraços e compra-se até os olhares para o pulso que marca as horas de ir embora, mas o tempo não está à venda no mercado, as batidas do relógio desafiam os sonhos impossíveis. Pessoas que carregam o tempo em suas mãos se vendem para os donos do vosso destino, eles compram a liberdade e negociam a preço de moedas sem valor, forjadas na escuridão da noite, onde o tempo não dorme, apenas deixa a vida girar como um cata-vento e em silêncio engana as mentes insanas. 
Pode-se vender os ponteiros do relógio, vende-se o suor do rosto e negocia-se as coisas do presente. Mas o tempo não deixa a gente voltar para comprar os nossos sonhos não vividos, não é possível comprar os abraços do esquecimento, não se compra os olhares de saudades, não pode-se comprar o que passou, pois o tempo não volta, ele dá a volta no passado, caminha no presente e prepara um futuro que tem o preço alto de vidas sofridas. Vidas vendidas.
Ah o tempo, engana os planos dos donos do mercado que tentam sem sucesso vender o que não pode ser. Ele faz tempo que corrói os sonhos do amanhã, as batidas do coração disputam com o relógio um possível novo amanhecer e podem se desencontrar nos próximos passos dos ponteiros. 
Seria bom se o tempo estivesse na banca de jornais e tivesse preço de um anúncio da verdade, ele pode até está lá, mas não se vende, pois o tempo é infinito e a cada segundo perde-se uma batida do coração. Na banca de jornais vendem-se notícias que o tempo anuncia a cada nascer do sol.
Não tentemos comprar o tempo, pois ele é um sonho que não foi vivido. O tempo caminha sem rumo, levando a vida de quem vive no escuro.

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