Rildo

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Um ninguém no meio do nada

Durante um período de oito anos quando exerci um cargo de livre nomeação na Prefeitura de Pé de Serra, fui dominado pela vaidade e iludido pelos donos do poder. Hoje eu sei o quanto fui idiota, fraco e vítima consciente das armadilhas do mundo perigoso do sistema político, caí nas armadilhas como um passarinho cai em uma arapuca. O pior, fiz inimigos sem necessidade e hoje pago um preço por isso. Vida segue...
Depois desse tempo refletindo e tentando encontrar um caminho, descobri que na verdade me achava alguém no meio do tudo, quando o certo é que não era ninguém no meio de um nada. A vida está me ensinando a caminhar longe desse bando de cobras venenosas, estou a procura de um antídoto e de um lugar longe dessa gente perigosa e prepotente. Continuo sendo ninguém, melhor assim. Preciso me recuperar das pancadas e das dores que deixei causarem em minha vida.
Essa gente assassina nossos sonhos, trabalha com seu exército para exumar os planos de dias melhores. Essa tropa não sossega até dominar o reino e escravizar seus servos, eles servem ao Poder Maior são escravos com vendas nos olhos, muitos se vendem a preço qualquer, visam suas barrigas e desprezam a fome de muita gente do bem.
O futuro não é promissor, é uma prisão invisível aos olhos de muitos. O que nos aguarda lá na frente são troncos coletivos e chicotes coloridos. Gotas de sangue serão derramadas pelos caminhos, lágrimas singelas escorrerão na face de muitos "ninguéns" para alegria dos poderosos e no mundo do " nada" da gente, será construído o mundo do "tudo" dos donos do poder. E nosso amanhã será só mais um tijolo na construção de castelos e impérios dos reis e rainhas que dominam nossas vidas.

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