MINHA CAMISA VELHA

Minha camisa velha...

Rasgada, amassada

Suada!

Veio do suor,

Do meu corpo.

Ganhada com labor,

Cobre meus ombros,

Cansados...

Muito tempo guardada,

Velha, pálida comprada?

Sim. Não usurpada!

Uma camisa feia,

Mas limpa como

A mente do bem.

Uma camisa velha,

Que suga o suor,

De lutas e labutas.

Não quero outra,

Nova de suores

De outrem.

Fico com a camisa

Velha, abatida,

Sofrida, mas

Limpa de vaidade,

Da inveja e da

Maldade.

LIBERDADE NA PRISÃO

A liberdade em sentido pleno, jamais será alcançada pela nossa sociedade, pelo menos é o que permeia nos meios e  costumes sociais. Observando que ser livre é agir de acordo o arbítrio e a vontade de cada ser, ela pode provocar uma sensação de estar livre e não depender de ninguém, e nesse ponto surge à incoerência dessa visão da liberdade.

Para Sócrates, “o homem livre é aquele que consegue dominar seus sentimentos, seus pensamentos,  e a si próprio.” Fatos indicam que dominar os sentimentos pode ser um processo de grande dificuldades, posto que, a natureza humana é imprevisível e com identidade  de cada ser. E os pensamentos são incontroláveis pela maioria das pessoas, ainda mais em uma sociedade tão cheia de desigualdades e injustiças.

E outra perspectiva da liberdade, está em conexão som a sensação humana de bem estar e prazer pessoal, pois estar bem as vezes nos priva de ser livre, assim como o prazer humano individual sacrifica uma parte da liberdade. Os humanos deixam de ser livres quando são atraídos pelas amarras do poder, e pensam apenas nos seus desejos e anseios pessoais – é que é natural da humanidade evitar as dores e sentir prazer.

Já para Marx, [...]“não há liberdade sem o mundo material no qual os indivíduos manifestam na prática sua liberdade junto com outras pessoas”...], e nesse viés fica evidenciado que para ser livre, o indivíduo precisa está em constantes conflitos sociais e ideológicos para sobreviver em uma sociedade tão desigual. É que nunca estamos livres para escolher o que almejamos, visto que, para pagar o preço do prazer e das vantagens, somos acorrentados nas grades de quem detém o poder material e social.

A liberdade por ela mesma, já é uma utopia em toda a história humana. Ao preço de ser livres, ocorreram muitas guerras e injustiças humanitárias, e ser livre remota para um caminho estreito e cheio de precipícios, considerando que ao buscar a liberdade, em muitos casos, as pessoas prendem as asas e os sonhos de gente humilde e desprovida de forças para lutar contra as injustiças.Mas a busca por “ser livre” não pode cessar.

Ser livre é um caminho longo e infinito, que precisa ser iluminado pelo esplendor da bondade e da luta pela sobrevivência. A liberdade respira o oxigênio dos sonhos da gente, mesmo que as vezes precisemos negociar uma parte dela para ter um pouco de paz e esperança, por um futuro quase “ livre” das amarras do poder dominante que escraviza e desequilibra a nossa sociedade.

O EGOÍSMO POR ELE MESMO.

O que será que nos faz egoístas, a ponto de esquecer da próxima volta que o mundo dará? A resposta não está nítida em nossos olhos... o egoísmo é forte, indestrutível e perverso - é que ele é o veneno da alma que alucina os pensamentos. O nosso ego pode ser o DNA da nossa alma, é a personificação do Eu em tudo, para tudo e para sempre, um perigo presente em toda a raça humana, que se acha o centro do universo. E se não for assim, e seja apenas um pensar descentralizado do eixo do criador de todas as coisas? 

O egoísmo está geminado com nosso corpo e mente, vai além da imaginação da gente. Ele nos queima muito mais do que a luz sol, nos apavora além de nossos pesadelos pois vive escondido em nossa estrutura  mental, o egoísmo é invencível, até mesmo em um mar de bondade que pode existir no mundo, ele está camuflado e infiltrado para induzir o indivíduo a se sentir  o centro da roda da vida. Tem o ISMO  de uma doença incurável, mas que causa dores não ao portador, mas nas pessoas indefesas e desatentas às suas armadilhas que prendem, castigam e derretem os sonhos sólidos do bem.

Ser egoísta é pensar nos "EUS", e nos leva pelo caminho da tristeza e da aflição; mas a gente escolhe sempre ELE como motor propulsor para vencer as batalhas que a vida traz - vai ver, é o combustível que movimenta a missão de cada um. 

Pode ser possível pelo menos lutar contra o egoísmo, sabemos que nunca venceremos a guerra, mas podemos em alguns momentos fazê - lo recuar para gente poder respirar e continuar a luta infinita contra esse precipício necessário, que nos acompanha em toda a vida.

Assim desse jeito...

SABER - DOR - RIA

Ninguém sabe o bastante da vida para viver sempre em Paz. A cada amanhecer um mistério se apresenta ao abrir dos olhos... pode ser um dia de luz intensa, também pode ser um dia de escuridão - é que o nosso respirar é passageiro, e as vezes ligeiro. Então a existência se transforma em nada.Mistério!

Nossas dores são contínuas, martelam a alma sangram o coração que padece e pulsa dia após dia ou para em um instante qualquer, deixando amores, construindo dissabores, horrores. As lágrimas retidas na força oculta e serena da solidão, nos encaminha para o segredo da criação, pensando bem, na vida deve haver dores para quem a gente cultivar amores. É que a dor e o amor caminham juntos na estrada do viver.

Há momentos que se ri, um sorriso de alegria e as vezes dolorido - o sorriso das dores espanta nossos temores e expele nossa agonia da tristeza. Saibamos sorrir as dores e clamar os risos de contentamento, pois são apenas passagens para o fim de tudo.

Saber - se - ia do mistério da dor se cada ser provasse do pulsar de uma alma ferida do nosso irmão, mas se insiste em rir as vezes dos gritos de socorro, é preciso adormecer as dores e descansar os olhos que lacrimejam em silêncio. A dor de quem está do seu lado, suplica por um olhar de hombridade e um aceno de bondade, pois quem sabe a sua dor um dia enforque a sua paz.

Sorria, mas sempre um riso calmo, sereno e tranquilo - mostre ao semelhante a sua alegria suave e passageira. Ria da vida, ria do sol, ria das estrelas e da luz que ilumina a vida, pois assim quando chegar as feridas, as dores poderão aprisionar o seu sorriso.

Saiba sorrir, e ria com a certeza do amanhã que vem. Deixe a dor doer, com a esperança que o sonho não vai morrer.

O AMANHÃ DE SERES INVISÍVEIS

https://www.google.com/search?

Pode ser que próximos amanhãs não floresça para muitas pessoas - o amanhecer poderá não ser contemplado com o fim do caminho. O agora poderá ser o último passo de um menino, a última palavra de um velho amigo e conselheiro, e talvez o último até logo de um irmão.

A vida parece ser uma estrada longa preparada pelo Criador, e a missão de caminhar pelas veredas é cheia de armadilhas. As injustiças praticadas pelos homens do mau, as perversidades cometidas por meninos pseudos benfeitores, a maldade de seus algozes famintos pelo sangue e suor de inocentes, levam ao caminho que desvenda uma parte da podridão desses destruidores da esperança.

Muitos ao serem injustiçados e perseguidos, sofrem calados sem ser entendidos por muitos, outros ao não se conformarem com o mau plantado, com fraqueza talvez cometem atos desagradáveis para si e para uma parte da sociedade. É prudente, repensar o comportamento de quem é maltratado e humilhado pelos assassinos de almas, e seja possível entender e respeitar os sofrimentos alheios ao seu mundo, e com isso evitar histórias tristes e amargas de seus irmãos.

Quantas pessoas nesse momento estão passando por dificuldades, injustiçadas e sofrendo pelo castigo e açoites praticados pelo meninos e homens vis e destruidores da bondade? E que se faz para pelo menos entender o que se passa na mente e no coração de quem padece sangrando em silêncio? Possivelmente, muito acharão motivos individuais para se esquivar e lavar as mãos, pensando é claro no seu mundo e esquecendo da imensidão do que é viver em nossa civilização.

E a vida continua, sabemos. Entretanto, ela termina muito antes de cumprir sua missão, ceifada por maus tratos a dignidade humana e falta de compaixão pelas dores de pequenos seres invisíveis e injustiçados aos olhos do orgulho de nossa sociedade.

Para pensar...

O POBRE COLIBRI

DEVOLVAM OS NOSSOS PÃES

Sim, Eles me devem! São criminosos - vermes sanguinários. O Prefeito, chefe da legião de abutres, se vinga, humilha, se apropria do pão de uma pai de família, e muitos acham isso normal e alguns até dizem que eu mereço passar por tudo isso, um trabalhador que deu seu suor e não tem que é de direito.

Poucos vão ler essa postagem, talvez um ou dois ou ninguém, mas ficará registrado crime cometido por prefeito, secretário e apoiadores do marretódromo de birutas, mas a vida segue... com força de Deus a gente continua a trilhar os caminhos do viver.

É muita injustiça, essa sede de vingança e os alimentados pelo meu suor, vibram de contentamento e planejam o mau sempre. Eles, se lambuzam das lágrimas de inocentes, tem no seu âmago a sede da destruição de vidas, e não temem a Deus nem a ninguém, pois seguem a cartilha das trevas.

Não tem salvação para quem está na mira desses barrigudos, dentuços, carecas e songamongas infelizes. Tem até um esqueleto inútil que cheira gasolina, e não sabe o que é o fazer o bem. Tem um igrejeiro, falso fiel e arquiteto de sofrimento. Tem um passarinho, careca, com a cabeça pesada e confusa. Pra não esquecer tem um magro das contas, que finge ser do bem, mas é um veneno humano.

Por fim, não chegarei a lugar nenhum, apenas desabafo e reflito nas forças do criador. Paguem meu salário, prefeito, ex - secretário, secretário e porque não a diretora dissimulada que segue os passos do marreteiros do demônio.

FAÇAM DO MEU SUOR O SEU ALIMENTO. ENCHAM AS SUAS PANÇAS COM O PÃO DO FILHO DO PAI DO FILHO. MAS TEMAM AS VOLTAS QUE O MUNDO PODE DAR.

RILDO

Sigo Sangrando.

Sigo sangrando,

Pelas veredas

Da vida...

Gotas de dor,

Ficam pelo chão.

Vou sozinho,

Disfarço a ilusão.

Não sabem abraçar,

com braços de paz.

Atiram pedras,

Pelas costas,

E o sonho se

Desfaz...

Inimigos cantam,

De alegria vã,

Amigos fingem

Passam sem olhar,

Escutam cantos

De dores, horrores!

Mas não podem

Nem parar.

Mas insisto, persisto.

No caminho escuro,

Guiado pelo criador

Carregando ferro,

Derrubando o muro,

Eu murmuro,

Dou murro,

No vento,

Para assim, me livrar.

Do tormento,

Então, lamento.

SISTEMA POLÍTICO : UM CAMPO MINADO

O sistema político brasileiro tem característica seletiva, posto que, nem todo cidadão de bem é aceito em seu mecanismo, e quem comanda seu funcionamento são os detentores do poder econômico. Além do mais, é um campo minado para quem não segue seus fundamentos, e é preciso fazer o que os poderosos ordenam, e pior do que isso, tem que bajular e segurar as suas bandeiras, sob pena de pagar um preço alto e explodir ao pisar em uma mina assassina.

O pobre cidadão que até tem vontade e competência para adentrar nesse mundo perverso, é impedido pela força de domínio que o PODER tem sobre fracos indivíduos, escravizados e dominados por migalhas de pão e pingos de água suja. A maioria da população fica sempre do lado de quem tem riqueza e poder, essa maioria são teleguiadas por paixões assombrosas e se lambuzam com as migalhas deixadas pelo caminho dos poderosos. E não adianta querer mudar essa perspectiva, quem segue os donos do poder, fazem sem olhar para o lado e são hipnotizados e idiotizados a olhar sempre para o chão, alimentando a sua fome e sede e se aproveitar dos restos deixados pela estrada.

Aparentemente a maioria da população é escrava inconsciente da riqueza e dos poderosos, e é presa eternamente nos porões dos tiranos, e o mais triste não se esforça para sair, buscar a liberdade e ter uma nova esperança para sua pobre vida - é um tipo de estupidez da pobreza. E o sistema não dorme, grita, pisa, chicoteia e domina o destino de seus escravos, para eles, basta dar um grito e o exército de imbecis comparece para sofrer no campo de batalha, e os mais esforçados sangram e morrem nas mãos do inimigo. E eles, os poderosos não se importam, recrutam novos agentes e treinam para os defender em suas guerras pelo poder eterno. E esse triste destino já está escrito nos livros dos reis e rainhas, e  nos planos fatais de se perpetuar no poder, e destruir nossos sonhos.

Não existe sinal de mudança, o sistema se reproduz e se fortalece a cada dia, e não se importa com o sofrimento de seus soldados, apenas esquecem e os abandonam no meio da batalha. O mecanismo destruidor não para, esmaga quem pensa diferente e quer seguir outro caminho, assassina sonhos e cortam a cabeça dos pensantes. Assim é o sistema, não adiante querer fugir para se livrar dele, pois o bicho é malvado e quer lhe encontrar para o açoite. O melhor seria nem entrar, desviar e passar por longe, e tentar fazer nossa parte colocando um tijolo para a construção de um mundo pequeno, mais livre da monstruosidade do SISTEMA.

Rildo Oliveira Rios

O tempo e o sonho

O tempo anda carregando,

para bem longe...

O brilho na face,

que enrugada, pálida

de sofrer cansada.

O tempo é infinito,

como os sonhos

dos famintos,

que suplicam o pão,

lacrimejam o coração...

O tempo me deixa

atento, ao relento.

Tira de mim,

os beijos indesejados,

os abraços amassados,

me deixa calado, atado.

E ao lado da saudade,

que saiu pra passear.

Vejo a vida sangrar, 

meu cando cantar,

desencantar...

com pena do olhar

que olha para outro

lugar, sem enxergar.

Eu a esperar, o querer

não mais voltar,

faz meu caminho

terminar, sem ao menos

chegar e depois ficar

a sonhar...

Por Rildo Rios

JOVENS DE PÉ DE SERRA PARTICIPAM DE SEMINÁRIO PEDAGÓGICO DO NEOJIBA

Três jovens monitores do Ponto de Cultura Sons da Vida participaram entre os dias 13 a 17 de novembro do III Seminário Pedagógico da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia e 2° Encontro de Bolsistas do Programa de Capacitação em Ensino Musical Coletivo - PROCEC em 2018. 

Momentos de interação e aprendizado coletivo marcaram a relação dos monitores/músicos com a Rede de Projetos Orquestrais da Bahia e o Neojiba na cidade de Irecê/BA.O encerramento foi sábado 17/11, as 15h, com grande concerto da orquestra formada por jovens músicos multiplicadores de todo o estado da Bahia. 

O Ponto de Cultura Sons da Vida, é um projeto desenvolvido pela Filarmônica Lira 6 de Agosto, que tem a música como instrumento de transformação social oferecendo aulas gratuitas de iniciação e prática musical na sede do muncipio e nos povoados de Novo Ouricuri e Caldeirão da Prima.

Os integrantes, Cecília, Luiz Henrique e Odirley Lima são jovens multiplicadores formados dentro da Instituição, e que desenvolvem um trabalho importantes na renovação da Filarmônica.  

Pé de Serra está de parabéns por ser representada em um evento importantes para a música no estado da Bahia, e com essas ações torna o projeto sustentável muito mais potencializado com a formação continuada e a troca de saberes entre os participantes.

Por Rildo Rios

A Poesia no Escuro

Enquanto o Sol dorme,

as palavras dos poetas

borbulham no caos,

de vidas esquecidas.

Poesias de liberdade,

surgem nas prisões

dos porões da senzala, 

de escravos do poder.

Escritos da Cruz do bem,

moldam a simplicidade

da vida...

que segue.

Dizeres do mestre esquecido,

soam como o silêncio,

um gemido.

Os donos e donas da luz,

do Sol, rei do mundo,

pensam saber de tudo,

um egoísmo profundo.

Aquele poeta desletrado,

mas vívido de emoção,

rabisca,

se arrisca,

pequeno,

como faísca.

Querem tombar a poesia,

como de fora melancolia,

Não sabem dividir as letras,

saboreiam a hipocrisia,

Os poemas vivem,

escondidos na alma,

dos solitários andantes.

Que sonham,

verbaliza,

sentimentos.

E vive, padece,

Quando o Sol,

escurece, sobe

e desce.

o dia amanhece,

e a poesia invisível, 

aparece do nada, 

segue sua jornada, 

triste, ofuscada

calada.

Rildo Rios

MEU GRITO

Olhando para o chão,

peso do ferro e madeira,

Eu grito em silêncio.

será a vida inteira?

Já não escutam o clamor,

de quem grita sozinho,

os ouvidos entupidos,

de pedra no caminho.

Amigos se calam,

fingem não escutar

o brado triste do bem,

que um dia poderei dar.

O peso que carrego só,

tem gosto azul feroz,

afoga aos poucos a vida,

faz calar minha voz?

Ainda me arrasto na terra,

deixando marcas profundas, 

Uma água de sangue que vem,

e minha esperança se afunda.

Mas ainda grito calado,

Alguém me ouve em vão,

Os surdos amigos de luta,

um dia também gritarão.

Meu grito de tanto soar,

está virando gemido,

dores, lamentos na alma,

de um coração ferido.

Grito por dias de paz,

Grito por fé e bondade

Grito por quem padece,

a procura da verdade.

Grito,

sempre,

Meu grito!

Rildo Rios, é estudante de Pedagogia e de Direito. Escreve para libertar-se!

Desler!

Fonte: https://www.pensador.com/frase/NzkyMTg4/

Leio a hipocrisia humana,

Nas letras disfarçadas de

Poesias...

Leio o orgulho,

Vendido no mercado,

a preço de dores alheias.

Leio na praça de gente,

notícias de barrigas cheias...

Não sabem ler a fome,

de meninos e meninas,

famintas.

Famintas de justiça,

e sonhos possíveis...

Leio em letras mortas,

invisíveis...

que o bolso inchado,

de moedas sanguinárias,

são filhas do sangue

da gente, gente do bem!

Leio o futuro vazio,

pois escrevem para vós,

 e nós pobres desletrados,

somos desdeixados,

humilhados...

Exaltados?

Escrevo sem segredos,

E leio a voz da verdade.

Rabiscos e devaneios,

Prevejo uma esperança,

no meio da vida.

Caminho lendo e relendo,

não entendo as frases vazias,

Entendo é o ódio na folha,

disfarçado de alegrias...

Eu Leio?

Leio eu...

Lemos nós?

Eles não leem

as lágrimas caídas,

estão ocupados

em descrever,

sua vidas, 
salvas?

ou perdidas?

Desleio!

Liberdade se vai...

Pudores enrustidos,

Na alma...

Dores que sangram

No peito.

Castigos vêm de perto,

Feridas abertas latejam...

Prantos em silêncio,

Dias que virão.

Açoites e prisões,

Gaiolas invisíveis.

Asas cortadas...

Mentes com medo,

Do herói das ilusões.

E sob mentiras,

Sua gente padece.

O ódio na alma,

Liberdade entregue.

Que um dia chegou,

E agora se vai...

Para onde?

Apenas sangramos...

Sangra - se em silêncio...
Joelhos dobrados, cansados;
Palavras perdidas, ditas?
Não, mal ditas.
Malditas!
Promessas vil,
O homem mentiu,
e se saiu,
E o vento
O carregou pra longe,
Bem longe...
Dos sonhos do bem.
O novo é o velho,
O velho é o novo?
Não se sabe...
Se as preces clamadas,
São ouvidas na noite,
E o dia que traz a vida,
as vezes, sem saída.
Ajoelha- se ao pé do trono,
Dos reis e deuses vãos...
se nutrem da flor da terra
depois pisam e se vão,
A paz, que acalma a alma,
Da gente que tem fé,
É tirada a força de dores,
Faz da vida bela,
Horrores.
E o silêncio aperta o peito...
que dói daquele jeito,
De um lamento,
Perfeito.

47 anos de vida, dores e amores.

Quando criança na data de meu aniversário, considerando que era de uma família muito pobre de uma cidade do sertão nordestino, nunca pude ter uma festa. Era uma coisa utópica, mesmo que na época nem sabia o que era utopia. 

Assim como Eu, meus amigos de infância também não podiam ter festas e nem comemorações, mas nem por isso a gente deixava de pensar na data como algo importante, pois isto era disseminado pela vida social. Minha primeira comemoração, foi no ano de 1999 quando trabalhei no Censo do IBGE, lá fiquei surpreso e com vergonha, pois era algo longe de minha realidade. 

Meus colegas de trabalho prepararam uma surpresa para meus 28 anos, achei estranho mas foi gratificante, nós seres humanos temos esse lado de vaidade e no meu caso muita emoção. Hoje para mim, tanto faz. Se tiver surpresa beleza! Se não a vida que segue... e se tudo ocorrer com o fluxo natural esperado comemorarei sozinho ou com colegas mais um dia de um novo ano de vida que poderá se completar ou não nessa incerteza que é a grande labuta do nosso viver. 4.7 de lutas, dores e amores. 

Rildo Rios